segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Santine... Le petit ange de Dieu.

"Jamais consegui compreender, o motivo pela qual vivemos.  Não sei explicar realmente o por que de passarmos tudo o que passamos todos os dias, aqui nesse mundo. Irmã Mary, sempre me diz que Deus sabe o que faz. Que ele têm as respostas para tudo e que nos protegerá de todo o mal. Quanta bobagem."

Era tarde quando o azul acinzentado do céu, mesclava com alaranjado de um sol poente naquela tarde. Eu descia o morro, sentindo algumas pontadas de dor nas feridas que se abriram pela penitencia, na noite passada. " A dor purifica", Dizia eu a mim mesma, sentindo as pernas vacilarem ao tocar o chão gramado, enquanto voltava ao convento. Passei discretamente a língua sobre os lábios branco e ressecados, humidecendo-os, a fim de amenizar as rachadura que se formaram e começavam a sangrar. O sol batia em meu rosto, deixando as maçãs do rosto, avermelhadas. Sentia-me tonta.  Fechei os olhos por segundos, mas não consegui reabri-los após uma tremedeira incessável, que me fez cair no chão, sentindo a grama penicar minha face sardenta e um liquido viscoso escorrer por meu nariz, manchando os lábios. Imagens inundavam minha mente, misturadas à cores distintas, ao qual não conseguia identificar pela mistura confusa que faziam. Sentia o coração pulsar ao mesmo tempo que suas batidas ficavam audíveis.
"Onde eu estava? O que era aquilo? ". Pode-se dizer que foram as perguntas que mais marcaram minha vida desde então.

" Enquanto os olhos se fecham descobertas traziam seu nome a mim. Um sorriso doce e o número da besta tatuado na nuca. Uma contradição se levado em conta sua postura angelical.  Oras... Lúcifer também era um anjo.".


Não me lembro de fato, por quanto tempo adormecida, eu permaneci. Lembro-me apenas, das dores excrussiantes nos braços e pernas, ao qual notei estarem amarradas sobre uma cama em um quarto de paredes acolchoadas, em um branco que cegava meus olhos esverdeados. O lugar era abafado o que explicava o suor que descia sobre meu rosto e colava aquelas vestes finas, que me lembravam de fato camisolas de hospital, ao qual utilizei inúmeras vezes quando internada com minha crises de asma, que há anos não me perturbaram, depois que descobri o tumor no cérebro. Os médicos não me deram mais de um ou dois anos... Isso desde que eu tinha lá meu 4 anos de idade. Com o passar dos anos, as dores de cabeça diminuíram e minha coordenação voltara ao normal. Já não tinha disturbios de personalidade e não machucara mais ninguém em um de meus ataques repentinos. Já não tinha tantas nauseas e talvez estivesse melhorando ou até me curado, até aquele dia em que mais uma vez, eu vim ao chão. O corpo tremendo em  mais um ataque e a consciencia perdendo-se.
Sentia a garganta seca arranhar. Sentia sede.
A porta se abriu e alguém que usava máscaras e um uniforme branco, adentrou o quarto em passos lentos. Os cabelos negros jogados no rosto e os lábios rosados. O que só consegui perceber quando ela já estava muito perto de mim e sorria ao tocar-me no rosto com a ponta dos dedos, o que fez com que eu me encolhesse. Ora, eu não a conhecia, como permitir que ela me tocasse?
- Como está essa manhã, querida?- Perguntou ela, ao que eu não respondi, olhando-a com os olhos atentos contraindo os lábios.
Ela segurou meu rosto com as mãos aquecidas, fazendo-me abrir os olhos com seus dedos esticando duas partes, uma abaixo da sobrancelha, onde ficava seu dedo indicador e a outra parte abaixo do olho, esticando fazendo meus olhos abrirem. Senti um clarão causado pela lanterna pequena, enquanto ela examinava minha pupilas.
- Sem dilatação... Só um pouco avermelhadas... - Ela sorriu - ...Isso é muito bom.
Fechei forte os olhos assim que ela se afastou, sentindo-os arder pela luz.
- Onde estou?- Perguntei com a rouca pelo tempo sem falar, ainda sem conseguir reabrir os olhos.
Ela apenas me sorriu, tocando a ponta dos dedos finos sobre o meu rosto.
Não entendi ao certo o que ela quis dizer com aquele gesto, mas não havia me soado muito bem naquele momento.
- Apenas feche os olhos e volte a dormir, criança...
Fora suas ultimas palavras antes que eu voltasse a cair na cama, como se algo dominasse meu corpo e um sono insessável me tomasse por inteira obrigando meus olhos a se fecharem.
{...}

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